"Grandes mistérios habitam
• O limiar do meu ser,
• O limiar onde hesitam
• Grandes pássaros que fitam
• Meu transpor tardo de os ver.
• São aves cheias de abismo,
• Como nos sonhos as há.
• Hesito se sondo e cismo,
• E à minha alma é cataclismo
• O limiar onde está.
• Então desperto do sonho
• E sou alegre da luz,
• Inda que em dia tristonho;
• Porque o limiar é medonho
• E todo passo é uma cruz."
Fernando Pessoa
quinta-feira, 14 de julho de 2016
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